Terminal Gentileza - Bem maior do que apenas um terminal

 


Às vésperas de ser colocado em operação, o Terminal Intermodal Gentileza começa a revelar uma outra face de sua implantação, e que vai muito além do projeto divulgado pela prefeitura do Rio antes de sua construção: a de que o Gentileza nunca foi pensado apenas como mais um terminal do sistema de transportes, a exemplo de tantos outros em operação ou em fase adiantada de construção, como é o caso dos terminais Margaridas e Missões (no corredor Transbrasil), ou Mato Alto, Pingo D’água, Curral Falso e Magarça (do BRT Transoeste). Tampouco  seguiu o modelo do Terminal Deodoro, recentemente colocado em operação como a outra ponta do corredor Transbrasil que nos próximos dias estará fazendo o percurso Deodoro-Gentileza. 

Ao TIG – por sua localização privilegiada bem na chegada ao centro – está sendo conferido pela prefeitura um status de muito maior destaque e relevância do que o papel que lhe fora atribuído até agora por quem o observasse de fora: o de apenas “mais um terminal de transporte público dentre tantos outros”. E isto tem um motivo muito forte por conta de sua posição estratégica no coração da capital: qualquer pessoa com destino ao centro do Rio por suas principais vias expressas vai encontrar no Terminal Gentileza o seu grande portal de entrada:  

Linha Vermelha (a partir da Baixada Fluminense);

Avenida Brasil (a partir da Zona Norte);

Linha Amarela e Auto estrada Grajaú-Jacarepaguá (a partir da Zona Oeste);

Elevado Paulo de Frontin e Av. Rodrigues Alves (a partir da Zona Sul); 

Avenida Washington Luís (a partir dos municípios da Baixada);

Ponte Rio-Niterói (a partir da Região dos Lagos e da Região Metropolitana do RJ)

Rodovia Presidente Dutra (a partir da Região Serrana e dos estados vizinhos SP/MG). 

 

Veja a transformação levada à cidade clicando AQUI  

Mas por que estaria a prefeitura transformando o Terminal Gentileza num verdadeiro polo de requalificação urbana que se estende - como uma vitrine de luzes e cores - aos quatro cantos da cidade?

Ligado aos quatro pontos de acesso à cidade por via terrestre, marítima e aérea (Rodoviária do Rio, Aeroportos do Galeão e Santos Dumont, e Terminal de Cruzeiros), esse papel de “portão de entrada do Rio”,  conferido ao Gentileza, faz com que todos os olhares externos e internos se voltem para ele, algo que expõe as digitais do prefeito Eduardo Paes nessa construção planejada para vender o Rio para muito além de suas fronteiras geográficas. Ele próprio nunca escondeu que o teve  como seu principal objetivo e, para a parte da população que o acompanha mais de perto, o porto é visto como “a cara do prefeito”, que há muito vem trabalhando sua imagem pública para se mostrar como “o mais carioca dos cariocas”. E diga-se de passagem que não é por acaso ter com isso atingido o topo das pesquisas para um quarto mandato a partir das eleições municipais programadas para este ano, com pelo menos o dobro das intenções de voto em relação ao segundo candidato. 

Preferências políticas à parte, Eduardo Paes conseguiu mostrar à que veio neste terceiro mandato à frente da prefeitura carioca, em seu esforço muito bem sucedido para não só reconstruir a cidade após a desastrosa passagem de seu antecessor, como também cumprir as promessas dos seus dois primeiros mandatos, preparando o Rio para ser uma referência em cultura e lazer que lhe devolva o brilho de outrora, além de principal “hub” brasileiro em turismo e inovação, lugar perdido para São Paulo nos últimos anos. 

Não há como negar a bem sucedida campanha de Paes para ligar seu nome à guinada dada ao Rio com seus projetos nada modestos, transformando-o numa espécie de “eldorado” do turismo mundial que possa receber orgulhosamente o título de “cidade dos sonhos” que qualquer grande capital do mundo gostaria de ostentar. Apesar de seus planos para a cidade chegarem aos opositores como “megalomania” e “estratégia eleitoral”, a movimentação de Paes tendo por foco o Porto Maravilha – que o tornou conhecido nacional e internacionalmente – foi convincente o bastante para transformá-lo no prefeito mais popular do país atualmente, fazendo com que a região do porto se transformasse numa espécie de “pegada” de sua trajetória desde que assumiu a prefeitura da primeira vez. 

Daí se entender seu empenho em fazer com que sua proposta de requalificação urbana levada à região do porto – tida como o maior e mais bem sucedido projeto desse tipo no país – vem dando frutos e abrindo portas para vários outros programas de desenvolvimento local (como o “Reviver Centro” e o “Reviver Centro Cultural”) amplamente aceitos pelo legislativo municipal na atração de investimentos imobiliários e culturais de toda ordem, em ritmo poucas vezes visto não só no estado, mas no país como um todo. Eduardo Paes está, com toda certeza, sabendo aproveitar essa projeção toda como uma espécie de “carimbo no passaporte” para voos mais altos em sua trajetória política. 

Alguns o chamarão de oportunista, evidentemente, mas a ampla aprovação de seus feitos pelos cariocas e especialistas em transformação urbana tornam difícil contestar a legitimidade de seu empenho em melhorar a vida da população, mesmo associando-o a pretensões políticas já que, efetivamente, os benefícios à cidade são reais e mensuráveis, mostrando-se inclusive transversais a áreas de atuação em que ele não se mostrou tão presente quanto na de urbanismo, transporte e turismo. Os resultados estão aí, e eles são tão palpáveis para a cidade quanto o Terminal Gentileza no coração da capital, obra com que aqueles que chegam ao centro se deparam tão logo o adentram.


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