A paixão que não se explica

As paixões não nascem de escolhas: elas brotam de algum lugar desconhecido, sem pedir licença ou explicar seus porquês. Simplesmente se revelam e nos envolvem num estado de enlevo que torna todo entendimento irrelevante e, portanto, desnecessário. Apenas o sentir inebriante que empresta cores a tudo o que os olhos alcançam já é o bastante para nos deixarmos levar para onde nos arrastam. Na vigência da Paixão ninguém precisa de cérebro, apenas de coração, e foi assim que me deixei ser levado em seu fluxo, assistindo a energia desta cidade me entrando pelas veias e ocupando cada célula do meu corpo. E ao constatar esse acolhimento no âmago do meu ser, sem qualquer resistência, a Paixão percebe que é hora de se converter em Amor, saindo da emoção ilusória para a concretude da lógica que me irá nutrir até o último de meus dias. Conto isso na tentativa de emprestar algum sentido a essa história que começou lá na infância, aos 11 anos, ao ouvir falar numa cidade que ...